quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Mancha

Jasper Johns


















“Toda palavra é uma mancha”,
sim, Beckett,
 “desnecessária no silêncio e no vazio”
Por isso espalho
no branco do papel
pontos cegos
até que a página
repleta de rasuras
amanheça impronunciável
e as palavras,
limpas de significados,
deem vida ao nada,
mãe de todos os poemas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário