segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Os fracos esperam a vez




























Secreto acordo com o inevitável
habilita passagem às esponjas
e estrias do teu corpo em oferta.

O celular dispara sem tomar fôlego
enquanto finges que gozas. Felicidade,
perfume vagabundo em tuas coxas.

Um toque na campainha da quitinete
poda a paixão luminescente. Outro cliente
chega fora do fuso horário marcado.

Saio com míseros trocados escada afora.
Depois que for embora, não direi a ninguém
o nome do rosto tatuado na omoplata.

Toda terça torço para encontrar lugar no leito.
Sou o primeiro a chegar. Precaução inútil;
tenho sempre que esperar clientes VIP.

Se não posso demovê-la do vórtex devasso,
devasto a minha vida em servidão voluntária:
sou o cliente nº 1, vassalo e vil por opção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário