sábado, 24 de maio de 2014

Volume morto




















consumido
milhares de litros
de poemas
em alarme
entro agora
no volume morto

nenhuma nuvem
de versos ou gafanhotos
no céu ulcerado da seca
sobre ossadas de palavras
fósseis
nenhum poço
guarda no fundo
ritmo
líquido e  cristalino

todo poema
quando não houver mais poemas
invisível memória
no talvegue das páginas
do volume morto


Um comentário:

  1. Esse é o homem inconsciente de suas ações... Sugam a tudo e a todos...
    Abraço.

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