quinta-feira, 10 de abril de 2014

Cidade, zona de exclusão






A manhã despontou
multidão no terreno
abandonado
há tempos
à espera
de rica oferta imobiliária.

Quadrados de giz
acenderam no chão
a luz de um lugar
aos sem lugar,
cuspindo no vácuo
vidas invisíveis
na contramão do futuro.
Colchões carregados nas costas,
filhos nos braços,
mãos de calos e gordura.

Breve a lei atiçará
todos os bulldozers da cidade ocupada
contra o coração de madeirite,
nos baldes onde a roupa
suja se limpa de tantas promessas
pequenas gotas de esperança derramada.


Breve um novo lançamento.


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