quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Letras mortas

"Ciudad invisible", obra da pintora  argentina Eva Manzella



























Ele, após a milésima m,
ouvia, ao pé da letra,
metáforas rancorosas;
ela, cheia de efes e erres,
punha os pingos nos is.
Tudo porque na hora h
deu um nó no sexo,
corpos zerados na lona.

No dia D,
antes que se fechasse o zíper
da lua de mel,
a última gutural
na curva em U.

Sobraram dois dedos
de tequila
e um livro de Juan Gelman
aberto em v.




Nenhum comentário:

Postar um comentário