domingo, 11 de agosto de 2013

Dia em branco

Kasimir Malevitch


























todos os passos
traziam
chapéu panamá e a sombra de uma cicatriz
movendo-se do plano A
para dissolver-se
no  vaivém de borracha
em letras anônimas;
salvo-me como puder,
plano B inclinado
até o fundo do poço

rasura em dobra
desbordava
de manhã tão vasta
que nela não cabia
pequeno gesto
na entrada do trem-fantasma

mas a rasura
incita o exercício
de outra escrita,
a poesia é a mãe de todas as ausências



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