segunda-feira, 13 de maio de 2013

Poema emprestado

















Pedi a William Carlos William
um carrinho de mão vermelho,
forrei-o com poliéster
e papel barato.
Depois
acomodei com muito cautela
a aurora mais bela
ao lado de galinhas brancas,
a separá-las apenas vaga esperança.
Fomos aos saltos
tomar a cidade de assalto.
Mas o rio,
a ponte sobre o rio,
o rio em seu rancor de não ser mar,
a ponte em deserção de passagem,
a dupla em súbita sedição.

Aurora no fundo,
galinhas brancas
em caixão vermelho,
tentei atravessar para o outro lado,
mas só cheguei pela metade.



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