quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Questão 325 (ANULADA)





Comente o efeito de sem sentido nas palavras e expressões entre aspas no texto.

Use lápis 2B, régua, compasso, transferidor, máquina de calcular e bússola.

Naufrágio como “deriva” não em oceano, antes sinuoso esgueirar-se entre becos e luas metálicas. “Talvez Dinamene” no fundo, talvez mil sereias à frente, talvez o tesouro dos incas. Quem sabe escombros de barcos piratas no mapa de Tortuga, restos da invencível armada ou barco viking a caminho da América pré-colombiana, navios fantasmas? Naufragar sem gritos no convés, sem drama secreto, nenhum pânico no olhar, sem a reação instintiva de correr para a sala de armas, sem invocação a Netuno.  Guardar tragédias e assombros apenas para as páginas da História trágico-marítima, publicada por Bernardo Gomes de Brito em 1735-36. Naufrágio é mergulho interno, íntimo movimento de quem se aventura em “linguagens inavegáveis”. A mais funda herança lusitana em ondas nos “azulejos azuis do peito”.  Líquido e fugidio conceito, naufrágio também é a minha “queda” dentro dos seus olhos suspensos em “nuvens de lâmpadas queimadas”. Você que é tão céu e oceano. Não se necessita de margens, portos, cidades, barcos ou pranchas de surfe para que a tempestade se arme. Nenhum naufrágio possui a segurança de um fundo, que lhe forneça destino ou rumo. Naufrágio é toda a esperança de abraçar o aberto.


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