segunda-feira, 28 de novembro de 2011


























PAYSAGE MAUVAIS


         Tristan Corbière



Sables de vieux os—Le flot râle
Des glas: crevant bruit sur bruit....
—Palud pâle, où la lune avale
De gros vers, pour passer la nuit.

—Calme de peste, où la fièvre
Cuit.... Le follet damné languit.
—Herbe puante où le lièvre
Est un sorcier poltron qui fuit....

—La Lavandière blanche étale
Des trépassés le linge sale,
Au soleil des loups....—Les crapauds.

Petits chantres mélancoliques
Empoisonnent de leurs coliques,
Les champignons, leurs escabeaux.

Li as traduções de Augusto de Campos e Marcos Siscar. Resolvi aventurar a minha. Fugi ao octossílabo original, optando pelo eneassílabo.


PAISAGEM MÁ


Areias de antigos ossos, a onda
Em cólera, dobra-se ao açoite...
No pântano pálido, redonda
Lua devora vermes, à noite...

Calma de peste, onde alta febre
Queima... Um gênio louco se estiola.
- Erva fétida, fugidia lebre
Invoca um xamã frouxo e se evola...

A alva Lavadeira não se inibe,
A roupa suja da morte exibe
ao sol dos lobos... - Sapos singelos,

Pequenas criaturas melancólicas,
Contaminam com suas próprias cólicas
Chão de caracóis e cogumelos.



Um comentário:

  1. Ler o seu blog, é um aprendizado! Reflito entre "lua devorando vermes e pequenas criaturas melancólicas"... e o ser humano!
    Abraço, Célia.

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